segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Trabalho, Lar e Botequim

"Ele sugere inicialmente que se parta de um conceito de cultura menos rígido, ou seja, que se abandone o pressuposto de um monolitismo em dado meio sociocultural, pois a cultura é uma linguagem permanentemente acionada e transformada por pessoas que desempenham diferentes papéis e possuem experiências existenciais próprias. Trata-se, portanto, de deixar de encarar a cultura como uma entidade acabada e de procurar enfatizar o caráter multifacetado, dinâmico e até ambíguo da vida cultural. Dentro desta perspectiva, o indivíduo desviante não é necessariamente um "deslocado", nem a cultura é uma entidade tão monolítica e, mesmo, esmagadora. Para Velho, então, o desviante é um indivíduo que faz uma leitura diferente de um código sociocultural, isto é, ele não está fora de sua cultura, mas faz dela uma leitura divergente daquela dos indivíduos ditos "ajustados". A possibilidade da existência dessas leituras diferentes ou divergentes é garantida pelo próprio caráter desigual, contraditório e político de todo sistema sociocultural."
Retirado do livro "Trabalho, Lar e Botequim", de Sidney Chalhoub, Editora Unicamp, 2ª edição, 2005; sobre a idéia da patologia do indivíduo/social de Gilberto Velho.
Para Freud a construção da civilização ou da ordem social est[a baseada na "renúncia às satisfações dos instintos" e o comportamento desviante surge quando os impulsos biologicamente enraizados irrompem através do controle social. (citado como referência no mesmo livro)
Será que só biologicamente enraizados ou adquiridos empiricamente também!?
Você é "ajustado"? rs.....

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